Eu nasci no dia 23 de agosto de 1981, na cidade de Cabaceiras do Paraguaçu – BA, hoje com aproximadamente: 17.400 habitantes. Localização: às margens do Rio Paraguaçu a 138 km da Capital.
Minha história com a Educação Física começa por volta de 1940, antes do meu nascimento, quando meus pais já desenvolviam pratica corporal devido às longas caminhadas que faziam para se locomoverem de um povoado a outro. Também na maneira de retirar a água do poço para seu consumo, pois tinham que usar a força dos braços fazendo o movimento de extensão e flexão dentre outros movimentos, que inconscientemente realizavam movimentos de base para o esporte e a educação física , já na vida cotidiana. Naquela época não se falava muito em esporte nem atividades físicas. Principalmente para as meninas, meu avô, por exemplo, achava que a filha não precisava estudar. Com efeito, inconcebível era imaginar a existência de algum tipo de esporte feminino na escola. Havia certo tabu, onde lugar de menina era em casa. Nessa época não se conhecia nem se falava do que estava acontecendo com o esporte no mundo. O tempo foi passando e isso foi mudando.
No ano de 1982 quando apenas tinha um ano de idade, foi formado o primeiro time de futebol: Cantareira Futebol Clube. Que não sendo time profissional, tinha como técnico o Senhor Ivan Mota nascimento aqui na cidade de Cabaceiras onde a faixa etária dos atletas era de 15 a 25 anos. Cada ano que passava, o futebol era valorizado e reconhecido. Tinha vários campeonatos, quando na minha infância pude participar de alguns: era uma alegria que só! Reunia-se sempre muita gente em volta do campo: homens, crianças e mulheres. As mulheres ficavam sempre na torcida porque ainda existia certo preconceito sobre suas presenças no campo de jogo.
Em 1984, com três anos de idade, morando em Cabaceiras, um pequeno lugarejo. Nos Estados Unidos e na Inglaterra estava acontecendo mais uma Para-olimpíadas e o Brasil fez uma de suas melhores participações, conquistando 27 medalhas, 7 de ouro, 14 de prata e 16 de Bronze. Todavia, tinha contato ínfimo com esses acontecimentos. Até os anos 90 o esporte era uma coisa desconhecida para mim. Copa do mundo, então, era ainda mais desconhecida. Foi nessa época que ingressei no ensino fundamental, quando tive o primeiro contato com a Educação Física, na Escola Edvaldo Machado Boa Ventura, com o professor José Fernandes da Paz que atuava como professor Leigo. Ele ainda continua lecionando na mesma escola e não procurou se qualificar na matéria, onde nessa escola, hoje só tem um professor formado.
As aulas aconteciam de maneira que meninas e meninos brincavam separados. Meninos jogavam futebol e vôlei e meninas baleado e handebol. A forma de aquecimento era sempre corridas em volta da quadra e sempre com essa separação.
Em 1990 a Alemanha foi campeã da Copa do mundo sediada na Itália, quando reunia 24 países. Foram marcados 115 gols sendo que 52 foram de bola parada.
Depois que comecei a estudar no ensino fundamental passei a ter conhecimento com o esporte e pela primeira vez acompanhei uma copa do mundo, a de 1994. Foi uma experiência impar na vida. Nesse ano a copa aconteceu nos Estados Unidos, apesar da pouca tradição do futebol no país. Lá o recorde de público foi batido e mantido até hoje. O Bom de tudo é que o Brasil foi tetra campeão. E cada vez mais o interesse pelo esporte aumentava, embora certo tabu mantinha a idéia de que esporte é coisa de homem.
Em 1998 a Copa do Mundo foi pela 2º vez na história no torneio realizada na França. A seleção Francesa de futebol após duas tentativas frustradas de chegar à fase final nas Copas de 1998 e 1994, foi campeã pela primeira vez. Nesse período, aqui em Cabaceira estava sendo implantado curso de capoeira (particular), pelo médico Dr.: Luis Rocha, que ainda continua lecionando, não aqui em cabaceiras. As aulas de capoeira seguiam a tradição da Capoeira de Angola e também a Regional, mas uma vez fiquei de fora por ser mulher, pois capoeira tinha uma visão: “que é coisa de moleque” e não como uma atividade cultural, nem tão pouco como esporte. Infelizmente essas aulas não duraram por muito tempo por falta de apoio e patrocínio por parte dos governantes.
No ano de 2002, quando mais uma vez assistimos pela TV mais uma Copa do Mundo aqui em Cabaceiras, no dia 14 de março estava acontecendo a 1º maratona em homenagem ao poeta Castro Alves. Nunca tive participação ativa, nas competições ficava sempre na torcida porque sempre fui magra e as pessoas achavam que não conseguia nem teria força para competir. No ano seguinte aqui em Cabaceiras foi implantado o projeto Fome Zero atrelado ao Projeto Segundo Tempo do governo Federal, para crianças carentes de 05 a 12 anos de idade. Uma das modalidades é o futebol tendo como instrutor Edvanaildo Medeiros, natural de Cabaceiras. O projeto funcionava com as crianças se reunindo duas vezes por semana junto ao professor fazendo algumas atividades físicas. Após as atividades eram oferecidos biscoitos e sucos. Inseriam-se no grupo aproximadamente 90 crianças, divididas em dois grupos na mesma faixa etária.
Em 2004 a Copa América estava acontecendo no Peru, em sua quarta edição com a presença de 12 países (dez da América do Sul, México e Costa Rica). Foi disputado entre dias 6 e 25 de junho. O Brasil foi Campeão pela sétima vez, disputando a final contra a Argentina no dia 25 de julho no Estado Nacional de Lima, com público de 49 mil pessoas.
Tivemos também a copa de 2006 que aconteceu na Alemanha tendo a participação de 32 países. A Itália foi campeã. Nesse mesmo ano aqui em Cabaceiras estava acontecendo o primeiro circuito baiano de Jet-ski que atraiu para cidade amantes desse esporte, trazendo vários tipos de manobras radicais. Tivemos também corridas de barco à vela. Esse dois eventos aconteceram às margens dom Rio Paraguaçu – Ba.
Minha ligação com o esporte na verdade era sempre de maneira parcial, pois ficava sempre de fora como expectadora, acompanhando tudo que podia. Sempre gostei de acompanhar os eventos. Estava sempre perguntando como funcionavam, quais são as regras. E mesmo de fora nasceu a vontade de ingressar de alguma forma no meio esportivo. Graças a Deus, hoje sou estudante do curso de Educação Física da Faculdade Maria Milza – FAMAM, onde pretendo me preparar para exercer a função de professora, no sentido de mostrar que o esporte não é simplesmente jogar futebol.
Relacionei na maioria das vezes a minha vida com o futebol porque foi o esporte que mesmo sendo excluída de sua prática, foi o que mais tive contato (na torcida).
Para fazer essa pesquisa busquei apoio na Internet: no site http://www.copa_do_mundo_de_1994/, e através de conversas com pessoas que participam ou participaram de alguma forma de algum, desses projetos.
Minha história com a Educação Física começa por volta de 1940, antes do meu nascimento, quando meus pais já desenvolviam pratica corporal devido às longas caminhadas que faziam para se locomoverem de um povoado a outro. Também na maneira de retirar a água do poço para seu consumo, pois tinham que usar a força dos braços fazendo o movimento de extensão e flexão dentre outros movimentos, que inconscientemente realizavam movimentos de base para o esporte e a educação física , já na vida cotidiana. Naquela época não se falava muito em esporte nem atividades físicas. Principalmente para as meninas, meu avô, por exemplo, achava que a filha não precisava estudar. Com efeito, inconcebível era imaginar a existência de algum tipo de esporte feminino na escola. Havia certo tabu, onde lugar de menina era em casa. Nessa época não se conhecia nem se falava do que estava acontecendo com o esporte no mundo. O tempo foi passando e isso foi mudando.
No ano de 1982 quando apenas tinha um ano de idade, foi formado o primeiro time de futebol: Cantareira Futebol Clube. Que não sendo time profissional, tinha como técnico o Senhor Ivan Mota nascimento aqui na cidade de Cabaceiras onde a faixa etária dos atletas era de 15 a 25 anos. Cada ano que passava, o futebol era valorizado e reconhecido. Tinha vários campeonatos, quando na minha infância pude participar de alguns: era uma alegria que só! Reunia-se sempre muita gente em volta do campo: homens, crianças e mulheres. As mulheres ficavam sempre na torcida porque ainda existia certo preconceito sobre suas presenças no campo de jogo.
Em 1984, com três anos de idade, morando em Cabaceiras, um pequeno lugarejo. Nos Estados Unidos e na Inglaterra estava acontecendo mais uma Para-olimpíadas e o Brasil fez uma de suas melhores participações, conquistando 27 medalhas, 7 de ouro, 14 de prata e 16 de Bronze. Todavia, tinha contato ínfimo com esses acontecimentos. Até os anos 90 o esporte era uma coisa desconhecida para mim. Copa do mundo, então, era ainda mais desconhecida. Foi nessa época que ingressei no ensino fundamental, quando tive o primeiro contato com a Educação Física, na Escola Edvaldo Machado Boa Ventura, com o professor José Fernandes da Paz que atuava como professor Leigo. Ele ainda continua lecionando na mesma escola e não procurou se qualificar na matéria, onde nessa escola, hoje só tem um professor formado.
As aulas aconteciam de maneira que meninas e meninos brincavam separados. Meninos jogavam futebol e vôlei e meninas baleado e handebol. A forma de aquecimento era sempre corridas em volta da quadra e sempre com essa separação.
Em 1990 a Alemanha foi campeã da Copa do mundo sediada na Itália, quando reunia 24 países. Foram marcados 115 gols sendo que 52 foram de bola parada.
Depois que comecei a estudar no ensino fundamental passei a ter conhecimento com o esporte e pela primeira vez acompanhei uma copa do mundo, a de 1994. Foi uma experiência impar na vida. Nesse ano a copa aconteceu nos Estados Unidos, apesar da pouca tradição do futebol no país. Lá o recorde de público foi batido e mantido até hoje. O Bom de tudo é que o Brasil foi tetra campeão. E cada vez mais o interesse pelo esporte aumentava, embora certo tabu mantinha a idéia de que esporte é coisa de homem.
Em 1998 a Copa do Mundo foi pela 2º vez na história no torneio realizada na França. A seleção Francesa de futebol após duas tentativas frustradas de chegar à fase final nas Copas de 1998 e 1994, foi campeã pela primeira vez. Nesse período, aqui em Cabaceira estava sendo implantado curso de capoeira (particular), pelo médico Dr.: Luis Rocha, que ainda continua lecionando, não aqui em cabaceiras. As aulas de capoeira seguiam a tradição da Capoeira de Angola e também a Regional, mas uma vez fiquei de fora por ser mulher, pois capoeira tinha uma visão: “que é coisa de moleque” e não como uma atividade cultural, nem tão pouco como esporte. Infelizmente essas aulas não duraram por muito tempo por falta de apoio e patrocínio por parte dos governantes.
No ano de 2002, quando mais uma vez assistimos pela TV mais uma Copa do Mundo aqui em Cabaceiras, no dia 14 de março estava acontecendo a 1º maratona em homenagem ao poeta Castro Alves. Nunca tive participação ativa, nas competições ficava sempre na torcida porque sempre fui magra e as pessoas achavam que não conseguia nem teria força para competir. No ano seguinte aqui em Cabaceiras foi implantado o projeto Fome Zero atrelado ao Projeto Segundo Tempo do governo Federal, para crianças carentes de 05 a 12 anos de idade. Uma das modalidades é o futebol tendo como instrutor Edvanaildo Medeiros, natural de Cabaceiras. O projeto funcionava com as crianças se reunindo duas vezes por semana junto ao professor fazendo algumas atividades físicas. Após as atividades eram oferecidos biscoitos e sucos. Inseriam-se no grupo aproximadamente 90 crianças, divididas em dois grupos na mesma faixa etária.
Em 2004 a Copa América estava acontecendo no Peru, em sua quarta edição com a presença de 12 países (dez da América do Sul, México e Costa Rica). Foi disputado entre dias 6 e 25 de junho. O Brasil foi Campeão pela sétima vez, disputando a final contra a Argentina no dia 25 de julho no Estado Nacional de Lima, com público de 49 mil pessoas.
Tivemos também a copa de 2006 que aconteceu na Alemanha tendo a participação de 32 países. A Itália foi campeã. Nesse mesmo ano aqui em Cabaceiras estava acontecendo o primeiro circuito baiano de Jet-ski que atraiu para cidade amantes desse esporte, trazendo vários tipos de manobras radicais. Tivemos também corridas de barco à vela. Esse dois eventos aconteceram às margens dom Rio Paraguaçu – Ba.
Minha ligação com o esporte na verdade era sempre de maneira parcial, pois ficava sempre de fora como expectadora, acompanhando tudo que podia. Sempre gostei de acompanhar os eventos. Estava sempre perguntando como funcionavam, quais são as regras. E mesmo de fora nasceu a vontade de ingressar de alguma forma no meio esportivo. Graças a Deus, hoje sou estudante do curso de Educação Física da Faculdade Maria Milza – FAMAM, onde pretendo me preparar para exercer a função de professora, no sentido de mostrar que o esporte não é simplesmente jogar futebol.
Relacionei na maioria das vezes a minha vida com o futebol porque foi o esporte que mesmo sendo excluída de sua prática, foi o que mais tive contato (na torcida).
Para fazer essa pesquisa busquei apoio na Internet: no site http://www.copa_do_mundo_de_1994/, e através de conversas com pessoas que participam ou participaram de alguma forma de algum, desses projetos.
Estudante: Elinéia Alves Costa
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