quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Memorial: Páginas da Minha Vida

APRESENTAÇÃO

Sou Rosidalva Costa dos Santos, filha de Noel Bonifácio dos Santos e Aurelice Santana Costa, tenho 33 anos de idade, de sexo feminino, minha profissão é professora, local de trabalho: Escola Municipal Antonio Carlos Souto, localizada na zona urbana do município de Laje, na praça Antonio Carlos Magalhães, localizada no Centro.
Minha estrutura familiar: Pais oriundos da zona rural do referido município, os dois são aposentados por idade, de raça negra. Ao todo são nove filhos, todos empregados, cinco já possuem formação superior e se encontram em processo de especialização.
Sou a quinta filha do casal, solteira, religião Católica praticante, acredito muito em Deus e tenho Jesus Cristo como razão da minha existência e grande mestre dos mestres. Tenho muitos valores, tendo como referência a moral e o respeito mútuo e os étnicos.
Muitos fatos marcaram o ano em que eu nasci (1974) no Brasil e no mundo:
* 1974 - Richard Nixon torna-se o primeiro presidente norte-americano a renunciar ao mandato, por causa do escândalo Watergate;
* 1974 - Início da Revolução dos Cravos;
* 1974 - A Embratel implanta o Sistema Brasileiro de Telecomunicações por Satélite (SBTC);
*1974 - Ernesto Geisel assume a Presidência;
*1974 - Descoberta de “Lucy”, o mais antigo fóssil de um ancestral do homemn na Etiópia;
*1974 - O dramaturgo brasileiro Oduvaldo Vianna Filho encena a peça Rasga Coração;
*1974 - Campeões Mundiais – Ginástica Artística- Equipe masculina do Japão e a Feminina URSS;
*1974 - Campeão Mundial OUTDOOR- Handebol -País Alemanha Oriental;
*1974 - Campeões WIMBLEDON- Tênis- Jimmy Connors (EUA) masculino e Chis Evert (EUA) feminine;
*1974 - Campeão Brasileiro – Voleibol- Paulistano( SP ) masculino
*1974 - Campeão da corrida de São Silvestre- Rafael Angel Pérez, país, Costa Rica;
*1974 - Campeão do Brasil da equipe McLaren- Émerson Fittipaldi;
*1974 - Boxe- Campeão Mundial do Peso Pesado- Muhammad Ali (EUA);
*1974- Futebol- Vencedor da copa do Mundo- País sede Alemanha- Campeão- Alemanha;
DESENVOLVIMENTO
Sou uma pessoa de origem rural com condição social média/ baixa, considero minha trajetória escolar difícil. Cursei as primeiras séries do Ensino Fundamental no Prédio Escolar Marise Rebouças, localizado na zona Rural do município, eram apenas duas salas de aula, um depósito, e uma área livre ande serviam o lanche. Lugar de boa aparência embora não houvesse sistema de água encanada, esgoto, nem de energia elétrica.
Meu início de alfabetização se deu mais ou menos aos oito anos de idade, por uma professora leiga da época, que só tinha cursado o antigo “MOBRAL”; era uma educação totalmente “tradicional”, só aprendia mesmo o “BE-A-BA” propriamente dito. No mesmo prédio citado acima, fiz o chamado 1º ano escolar, pois não havia no referido espaço separação por séries, um professor apenas atendia àquelas crianças, para que as primeiras aulas fossem de Educação Física.
Para dar continuidade ao processo de alfabetização, tive de me deslocar para as escolas da zona Urbana, onde enfrentei vários desafios, inclusive de andar a “pé” 20km por dia, devido o difícil acesso dos Meios de Transporte, como carro, moto, bicicleta etc. O tempo foi passando e assim conseguimos com muito esforço comprar uma casa na cidade, para dar continuidade aos estudos e procurar mais qualidade.
Fui matriculada no Centro Educacional, na 3ª série primária. As práticas de ensino também eram tradicionais, já havia professores com formação em magistério, ensino voltado para memorização de conteúdos. Trabalhava-se a questão de valores, através de momentos chamados “Centro Cívico”, onde se fazia manifestações à Pátria. É bom lembrar que mesmo assim não se falava ainda em aulas de Educação Física, pelo menos não era trabalhado.
Os quatro últimos anos do Ensino Fundamental (5ª á 8ª séries) e todo o ensino Médio (1° ao 3º ano) foram cursados no Colégio estadual Juvenília Peixoto Sampaio, formação em Magistério por opção, pois me identificava muito. Escolas tradicionais, conservadoras, maior parte do corpo docente com nível I. Quando foi a partir de 1992, já na 7ª série, foi que houve melhoria do quadro em relação à qualificação (quatro já haviam concluído o curso Superior apenas).
No que diz respeito às aulas e profissionais de Educação Física, na minha fase escolar é válido ressaltar a má formação dos professores que acredito ter contribuído para um trabalho mecânico. As aulas eram ministradas no turno oposto, mas mesmo assim, não se fazia um trabalho voltado para o conhecimento do corpo, ou seja a prática era totalmente desvinculada do saber. Passava-se muitos conteúdos teóricos, exercícios repetitivos e realizado sem conhecimento específico.
Atualmente nas escolas, já percebemos durante as aulas de Educação Física um trabalho voltado para a importância do corpo, da saúde, do lazer, da cultura, do esporte,etc. Porém, ainda existe uma escassez de profissionais qualificados na área para desenvolver um trabalho melhor e com qualidade. Outro aspecto que não podemos perder de vista é na composição do corpo docente da escola. Infelizmente, a direção da escola, a coordenação pedagógica e a Secretaria de Educação não dão devida importância na seleção do profissional de Educação Física, geralmente contratam professores de Português e de Matemática; depois Geografia História e Ciências e por último o de Educação Física. Certamente por falta de informação ou conhecimento. Saliento que esta disciplina vem contribuindo muito na valorização da cultura corporal, dos esportes e no processo de aprendizagem.
Em 1996, concluí o 2° grau em magistério e logo depois ingressei na educação através de concurso público nas primeiras séries iniciais onde trabalhei por cinco anos. Atualmente atuo em classes de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental.
A minha educação escolar foi tradicional e como educadora venho reproduzindo a formação que recebi na minha prática docente. Enfrentei muitas dificuldades e o desafio maior foi o de entender naquele momento os anseios da minha geração, numa época em que o papel do professor era simplesmente o de um transmissor de conhecimento e o aluno simples ouvinte. O tempo foi passando, o ensino sofreu várias mudanças e uma delas é exigência de um profissional qualificado.
Essa é a razão de ter procurado me qualificar, ampliando os meus estudos e ingressado na Faculdade. Cursando Pedagogia pela UNEB, já estou com uma visão mais ampla. já criticando a ordem curricular imposta que recebi e que reproduzi em toda minha história na educação. Essas novas concepções que tenho de educação tem me transformado em uma outra profissional e em outra pessoa. Acredito que daqui para frente que poderei aprimorar ainda mais minha profissão, na busca de uma formação continuada para alcançar as mudanças que ocorrem na sociedade, numa velocidade sem precedentes.
Essa jornada difícil também é marcada por algumas conquistas, sou comprometida com a aprendizagem dos meus alunos e sinto ter contribuído para o sucesso de muitos deles.
Atualmente, tenho repensado a minha prática pedagógica e percebo que não adianta ter uma proposta moderna, se não existir uma transformação na ação docente. Uma vez que, vivemos numa sociedade que traz consigo um novo perfil do professor, com maneiras diferentes de trabalhar, novos conflitos políticos e acima de tudo, consciência modificada.
Enfim, no exercício da minha docência tenho enfrentado muitos desafios, mas não hesito em buscar forças para assumir com eficiência, a profissão que escolhi por vocação.
Hoje faço especialização em Psicopedagogia pela instituição FACE, já no décimo módulo. Assim descobrir que tudo que sabemos ainda é pouco para o tanto que devemos saber, experimentar, conhecer.
Sempre gostei de atividades físicas, de esportes de um modo geral e já venho trabalhando com a disciplina de Educação Física há um bom tempo, com isso, despertou-me uma vontade imensa de me especializar na área, e foi assim que acabei prestando vestibular nesta instituição no curso tanto almejado e sonhado. É bom lembrar que é excelente e tem muita qualidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi válido realizar este trabalho, uma vez que me permitiu lembrar um pouco da minha história de vida. Além do mais, tenho certeza que é lembrando do passado, vivendo o presente que melhor repensamos no futuro.
Todas as experiências vivenciadas desde minha infância, até os dias atuais, tanto na vida pessoal quanto profissional contribuíram fortemente para o sucesso da minha carreira de professora e acredito que as transformações ocorridas ao longo dos tempos sirvam de base para minha prática docente.
Tenho algumas expectativas para o futuro próximo: valorização do profissional de educação (gratificação, vantagens , respeito, etc.). Para garantirmos uma educação de qualidade é preciso que o professor que lute por seus ideais e respeite um ao outro, busque estar informado dos acontecimentos do Brasil e do Mundo e que possa contribuir de qualquer forma com a formação de uma sociedade igualitária e justa.
Valeu professor, forte abraço!

REFERÊNCIAS
BRACHT, V.A- Sociologia Crítica do Esporte. Uma Introdução.
ABRIL, Almanarque; 1999.

Estudante: Rosidalva Costa dos Santos.

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