quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Retrospectiva Histórica: Minha vida e a Educação Física

No despertar da primavera, em uma tarde de terça-feira aos 26 dias de outubro de 1982, nasce minha pessoa, sendo acolhida pela minha mãe e por todos que com alegria me esperavam.
A partir dos três meses comecei a me movimentar de forma mais notável, sendo que vim dar meus primeiros passos aos dois anos de idade, despertando risos dos que atentos e curiosos esperavam este acontecimento, compreenderam, de certa forma, tal fenômeno, como demasiadamente atrasado e preocupante em relação a uma criança saudável, mas isto serviu para que eu obtivesse um acolhimento maior em meus primeiros passos.
Ao começar a freqüentar a escola aos seis anos de idade, faixa etária que naquela época, mais comumente, a criança ingressava na escola pública, onde comecei a ter noção concreta da escrita. Doravante, caminhava com minha irmã da residência de meus pais até a escola local em que aprendia a desenhar letras e também a dividir amizade com os colegas e a professora, quando até então era só com a família e os vizinhos mais próximos. A descoberta das palavras foi fantástica, mas a ansiedade era esperar o intervalo; naquele tempo chamado de recreio. Era o momento em que me reunia com os colegas para brincar. A cada brincadeira uma nova atração. Recordo das vezes que brincávamos de anel meu anel ou pega-pega, todos radiantes de alegria. Nesta mesma época foi marcada eternamente a vida heróica da trajetória do Sport Clube do Recife que aos 7 dias de fevereiro de 1988 conquistou o seu maior título, o de campeão brasileiro de futebol.
Aos sete anos de idade, meu o percurso continuou, pois freqüentei a mesma escola, os colegas e a professora também eram os mesmos. Quanto às atividades físicas, não havia horário específico para um aquecimento físico, ou seja, não havia espaço reservado para o professor desenvolver atividades recreativas mais bem elaboradas com os alunos. Para tanto, nossas práticas corporais eram realizadas por meio do aproveitamento do horário anterior à aula e o momento reservado para a merenda que era o mesmo do recreio. Buscávamos lanchar rápido para aproveitar os minutos que sobrassem fazendo uma rápida atividade de lazer, esta que era resgatada pela cultura dos nossos antepassados, onde os meninos brincavam de futebol e as meninas de desenhar e pintar objetos referentes à profissão que escolhia para quando crescer.
No decorrer das outras idades 8,9,10 anos, a rotina era a mesma, dificuldade e persistência sempre lado a lado em minha vida, sendo que a última sempre vencia. Atividades recreativas apresentavam-se em tempo curto fazendo apenas um resgate para que a cultura permanecesse.
Em 1992 o Grêmio caiu para a segunda divisão, referência forte para os meninos que aprendiam a torcer com seus pais, por este ídolo. Neste mesmo ano o Vitória, que vinha da segunda divisão, foi às finais com o Palmeiras sem contestar o vice-campeonato do Vitória em 1993, ano em que conclui o ensino primário.
Em 1995 uma pesquisa demonstrou que pessoas ativas e atletas não precisam de nutrientes adicionais acima dos obtidos em uma dieta balanceada.
Só aos 14 anos é que ingressei no ensino fundamental devido a falta de transporte para a sede do município. Esta nova etapa de desafios e grandes dificuldades marcaram para mim o ano de 1996.
Ainda neste mesmo ano morre o mesa-tenista Cláudio Kano, às vésperas dos jogos Olímpicos de Atlanta. Vítima de um acidente de moto, o referido atleta atingiu o recorde de vitórias por quatro anos consecutivos, ganhando pelo menos uma medalha de ouro em cada competição.
Em 1997 enfrentei a maior dificuldade referente ao ensino fundamental, pois por sempre obter notas boas nas disciplinas; surpreendi meu professor de matemática ao obter uma nota equivalente à metade do total, não sendo proposital, mas, por não absorver entendimentos nos conteúdos.
Já em 1998, foi adotada, a nós estudantes da sétima série, a disciplina de Educação Física. Alegria de uns e tristeza de outros, pelo motivo de que só os alunos da zona urbana poderiam praticar as atividades físicas corporais e os da zona rural desenvolviam trabalhos na sala de aula cobrindo a ausência nas atividades anteriores, na época era compreendido pela grande carência, por falta de transporte escolar existente e também pela falta de abrigo para os alunos do meio rural no intervalo do turno já que os exercícios eram desempenhados em turno oposto.
Na oitava série a história anterior se repete no que diz respeito à disciplina de Educação Física em relação às outras. A todos os estudantes eram propostas atividades iguais.
Os jogos de 1999 marcaram a estréia do torneio de vôlei de praia no Pan. Sendo que o Brasil e o Canadá levaram a melhor, ganhando uma medalha de ouro cada. Já a seleção brasileira masculina de basquete se recuperou da má campanha no pré-olímpico de Porto Rico, disputando pouco antes do Pan e no qual o Brasil tinha perdido a vaga para Sidney.
A edição de 99 também abriu novas portas do Pan para as mulheres. A partir desse ano, elas passaram a competir no futebol, pentátlo moderno, levantamento de peso e pólo aquático. Lembrando também de Gustavo Borges que se consagrou como o brasileiro com mais medalhas em jogos Pan-americanos, conquistando cinco (três de ouro, uma de prata e uma de bronze) e somando 14 ao todo, nos Pans: de Havana, Mar Del Plata e Winnipeg. Fernando Scherer e Gustavo Borges, juntos a Carlos e Eduardo Valério, conquistaram o bronze no revezamento 4 x 100m livre na natação, em Sidney.
Em 2000 dei meu primeiro passo para o magistério ainda com seu valor significativo. Enfrentei esse desafio com garra, absorvendo tudo de bom que a nós estudantes desse curso eram transmitido.
No período do estágio fomos postos na prática da observação pedagógica através de monitoria nas aulas de Professoras regente (professora da classe do Colégio destinado ao estágio) nas atividades lúdicas do intervalo das aulas.
Em 2001 volto de braços abertos para o mesmo colégio revendo todo pessoal do ano anterior e com muito acolhimento enfrentei mais um ano do ensino médio, desta vez com metodologias diferentes, pois ensinavam atividades recreativas específicas para desenvolver o exercício sensório-motor e o raciocínio lógico das crianças de acordo com cada faixa etária, atividades estas que deveriam aprender a praticar com os nossos futuros alunos.
Na etapa do estágio, o objetivo era passar o conteúdo de forma clara e participativa, por isso deveríamos incentivar as aulas propondo dinâmicas que valorizassem em primeiro lugar o aluno e assim despertar o interesse de todos.
Chegado o ano de 2002, todos os brasileiros atentos aguardando os jogos do Brasil na Copa do Mundo, rumo ao pentacampeonato, enquanto eu chegava à etapa final do ensino médio. Desejos e alegrias davam boas vindas ao ano, o povo brasileiro esquece as rivalidades, as classes médias, altas ou baixa, a diferença de raças e o preconceito unindo uns aos outros numa só paixão: torcer pelo pentacampeonato do Brasil. A cada vitória, gritos e sussurros alegres transbordavam o rosto dos amantes de sua pátria e ao fim dos jogos, pertos ou distantes risos e choros declaram o verdadeiro amor pelo seu país com o Brasil Pentacampeão.
Vale destacar que foi a primeira vez que dois países sediavam unidos o evento. Primeira vez também que três seleções: França, Japão e Coréia do Sul, estavam classificadas automaticamente e a primeira vez que uma edição da copa não aconteceu na Europa ou nas Américas.
Para mim foi o ano de 2002, que recebeu maior concentração das metodologias pois, passei de mera observadora, para a posição de professora de uma classe com trinta e três alunos, para os quais deveria transmitir os conhecimentos desejados da melhor maneira, me esforçando bastante para que todos aprendessem obtendo assim no fim a satisfação de cumprir não só uma etapa mas resultados positivos e laços de amizade a qual deixava saudade do nosso tempo, quando juntos participávamos de brincadeiras diferenciadas nas horas específicas com um só objetivo, divertir-nos e ali independente da idade éramos todos crianças.
Do ano de 2003 ao ano de 2005, as perspectivas de buscar sonhos que fortemente encorajavam-me a seguir, pois, havia conquistas ao lado de tristezas e alegrias, que sempre faziam parte da minha vida. Mas, de algumas experiências vividas, neste período poucos sonhos realizei.
2006, ano de Copa do Mundo, mais uma vez os brasileiros decoram cidades e vilas, despertam a vontade de conquistar mais uma taça, a de hexacampeão em meio a gritos e abraços que acompanhavam os torcedores a cada vitória. Contudo, ao final do referido evento vivenciamos uma grande decepção: o Brasil perde para a Itália deixando de levar o título do sonho dos brasileiros amantes do futebol.
Hoje chegando ao fim de 2007, após todas as histórias contadas, posso dizer que este ano significou o início de uma carreira acadêmica em minha vida, pois com todo sacrifício meu e de minha família, estou cursando licenciatura em Educação Física, sendo este o fato mais marcante deste ano até o dia atual.
Certifico-me que a Educação Física, que, por abranger a educação e a saúde, é de grande importância para as pessoas, independentemente da faixa etária, de idade. Para a criança, a brincadeira é o alicerce para a vida adulta desenvolvendo habilidades, participação coletiva e resgate da cultura, etc. No adulto, além de recordar o tempo de infância, promove momentos de lazer e satisfação de forma especial para os idosos e portadores de necessidades especiais.
O ano de 2007 também está sendo marcado pelo Pan-americano, realizado no Brasil na cidade do Rio e Janeiro, onde vários países participaram. Finalizo dizendo que desde o momento em que nasci até os dias atuais e certamente por toda minha vida, a Educação Física estará presente em atividades de trabalho ou em um simples gesto de brincar por brincar.

Estudante: Marilene Nunes

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